Saturday 11 December 2010

Homens antigos e a eterna transferencia

Faz tempo que não escrevo, eu sei... e para piorar o teclado novo ainda esta me dando um baile em relação a acentos e pontuação. Mas a gente tenta mesmo assim.

Hoje me deu vontade de deixar registrado que o tempo vai passar e a gente vai tentar evoluir, e vai tentar amadurecer, e vai tentar ser diferente, ser melhor, ser mais flexível, ser mais tolerante, ser mais o que for necessário...

E a gente vai achar pessoas legais, por ai. E vai se iludir, sempre. SEM-PRE. Acreditem. E na minha forma de pensar, quanto mais sedutores, mais boa pintas, mais cheios de assunto - maior a chance de ser uma grande de uma farsa...

Sim, ta parecendo um post da magoada e sofrida. Mas acho que não eh (ai esse teclado...) Trata-se apenas da triste constatação de que mesmo com a melhor propaganda, há sempre falhas graves no conteúdo.

E os homens, por mais diferentes que tentem ser, são sim ciumentos, inseguros, chantagistas e egoístas. Mas são legais. E úteis. Pronto, falei.

Monday 8 November 2010

Quando alguém nos deixa...

Neste final de semana, minha avó paterna faleceu.


Todos já sabiam que isso iria acontecer a qualquer momento, especialmente em função da combinação idade x condição de saúde. Mas é sempre algo muito triste.


Entretanto, eu devo confessar que estava em paz. Estou em paz.


E estou em paz porque sei que ela teve uma vida maravilhosa, fez tudo o que podia por todos que conheceu, foi sempre uma pessoa que transmitiu valores importantes e, para mim, seu maior mérito foi acreditar que todos poderiam fazer o que quisessem de suas vidas, desde que fossem felizes, e que as escolhas fossem de coração.


Nessa hora, muitas lembranças vão se misturando. Mas eu gosto muito de lembrar de sua mão sobre as minhas, de seu olhar carinhoso e dos momentos que dividimos.


Vó, seu legado é sua família - em cada um de nós um pouco de sua história, de sua luta, de sua dedicação.







Thursday 14 October 2010

No papel de turista

Passei o feriado em Curitiba. Fazia anos que não ia até lá.

A cidade continua linda, muito bem cuidada, apesar de alguns moradores afirmarem que já esteve mais arrumada e limpa no passado.

Curitiba está realmente pronta para o Turismo. 

Ou melhor, está adequada ao Turismo porque está voltada ao morador. Áreas verdes bem cuidadas, sinalizadas, atividades variadas para todo tipo de público. 


E tem a Linha Turismo, com os famosos ônibus de dois andares, para que se possa conhecer a cidade. O serviço faz muito sucesso, mas infelizmente o intervalo é muito grande (30 minutos entre cada ônibus) e absolutamente lotado.


Meio caminho andado, eu diria.

Monday 27 September 2010

Depois de algum tempo

Não sei se é o caso de pedir desculpas pela ausência no blog.

Depois de voltar ao Brasil, a primeira coisa que mudou foi a agenda - agora tomada diariamente de compromissos externos. E de certa forma, quase tudo o que penso tenho falado...afinal não estar sozinha tem este lado bom...falar muito e com muita gente legal.

Essa mudança eu trouxe comigo - agora só falo com quem realmente vale a pena. Mesmo. Ou melhor, a grande mudança é nao me forçar a falar com quem não vale a pena. E isso, ninguém vai conseguir mudar... nem na melhor das intenções.

Mas vou manter o blog. Sempre vai haver alguma coisa vazando para poder compartilhar aqui.

Friday 10 September 2010

Novo filme dos irmaos Cohen - Um homem serio

Eu assisti esse filme recentemente, e achei o dialogo abaixo simplemente perfeito.

Rabbi Scott: No, of course not. I am the junior rabbi. And it's true, the point-of-view of somebody who's older and perhaps had similar problems might be more valid. And you should see the senior rabbi as well, by all means. Or even Minda if you can get in, he's quite busy. But maybe - can I share something with you? Because I too have had the feeling of losing track of Hashem, which is the problem here. I too have forgotten how to see Him in the world. And when that happens you think, well, if I can't see Him, He isn't there any more, He's gone. But that's not the case. You just need to remember how to see Him. Am I right?



[He rises and goes to the window]


Rabbi Scott: I mean, the parking lot here. Not much to see. It is a different angle on the same parking lot we saw from the Hebrew school window. But if you imagine yourself a visitor, somebody who isn't familiar with these... autos and such... somebody still with a capacity for wonder... Someone with a fresh... perspective. That's what it is, Larry.


Larry Gopnik: Um...


Rabbi Scott: Because with the right perspective you can see Hashem, you know, reaching into the world. He is in the world, not just in shul. It sounds to me like you're looking at the world, looking at your wife, through tired eyes. It sounds like she's become a sort of... thing... a problem... a thing...


Larry Gopnik: Well, she's, she's seeing Sy Ableman.


Rabbi Scott: Oh.


Larry Gopnik: She's, they're planning, that's why they want the Gett.


Rabbi Scott: Oh. I'm sorry.


Larry Gopnik: It was his idea.


Rabbi Scott: Well, they do need a Gett to remarry in the faith. But this is life. For you too. You can't cut yourself off from the mystical or you'll be-you'll remain-completely lost. You have to see these things as expressions of God's will. You don't have to like it, of course.


Larry Gopnik: The boss isn't always right, but he's always the boss.


Rabbi Scott: Ha-ha-ha! That's right, things aren't so bad. Look at the parking lot, Larry.


[Rabbi Scott gazes out, marveling]


Rabbi Scott: Just look at that parking lot.

Tuesday 7 September 2010

Gratidão

Os assíduos (dois) leitores deste blog já sabem que músicas me tocam. Porém disse pouco sobre o cinema. Talvez porque eu vá menos do que gostaria, e menos até do que deveria em respeito a mim mesma e às minhas preferências. Mas DVD está aqui para ajudar na compensação desta falha...e desde que voltei de viagem aproveitei para incluir filmes nacionais na lista dos assistidos e comentados.

E neste final de semana vi Chico Xavier, e emendei com Nosso Lar, a superprodução...ambos bons, mas que não pretendo comentar pois já li o livro e neste caso, também, o livro é melhor que o filme, e questões religiosas são delicadas de se tratar.

Mas uma coisa ficou destes filmes, e de outros que assisti - a gratidão. Porque ninguém é perfeito mesmo. Jamais. Mas muitos demonstram disposição para aprender. Eu acho que esse é o meu caso. Mas só acho.

Enfim, para não enrolar - o que eu queria dizer é que sou especialmente grata a duas ou três pessoas horríveis que me fizeram pensar e sentir coisas horríveis. Não fossem elas, eu não teria aprendido a valorizar imensamente as pessoas incríveis, especiais, cheias de amor e compreensão e altruísmo e bondade e todas as demais palavras lindas que me fogem neste momento. Eu sou realmente muito grata, a todos que já me ensinaram alguma coisa, mesmo que hoje pareça que eu estou longe ou que não me lembro delas. Isso não é, e talvez nunca venha a ser, verdade. Gratidão é algo que levo comigo, no sangue.

Sunday 5 September 2010

* que me perdoe!

Sim, o * acima pode ser substituído por Deus. Ou pelo nome que você preferir.
A questão aqui é só o uso da expressão de forma coloquial mesmo, sem apelos religiosos.

Sem nada mais para fazer na internet hoje, dei uma olhada em sites e blogs para ver se estou atualizada, e de repente (e de novo, já que não é raro) encontrei no mesmo cinco erros de grafia na sequência. Cinco!

Não é (apenas) uma questão de preconceito. Nãããããooooo. Muito pelo contrário.
Agora já é vergonha alheia. Do tipo - pelo amor de *! Faz o post no Word, passa o corretor e depois publica, tá? Não fica tão feio...

Ainda que errar seja sempre permitido, e que blogs são rápidos mesmo, o que acaba permitindo um ou outro deslize; ainda assim, não vou perdoar. Especialmente quando não se tratar de erros de digitação, mas de erros anteriores... do tipo, escreve como fala...ai, ai, ai.

* abençoe a amiga que tem escola de idiomas para ajudar a melhorar o planeta! E ilumine os necessitados para descobrir o nome da escola, no caso, BK Idiomas!

Mas também falamos para ninguém ouvir

No post anterior, comentei da fala na Assembléia Legislativa. Foi muito interessante. Muitos interessados presentes, vários contatos para continuarmos falando sobre Turismo.

Mas depois passei uns dias pensando e falando comigo mesmo sobre uma série de desdobramentos possíveis a partir daquele encontro. E começo a perceber que, até para citar uma fala do Trigo no dia - "muitos tem iniciativa, mas são poucos os que tem acabativa". É fácil conversar, apontar os erros, dizer como deve ou deveria ser...mas fazer que é bom, não dá tempo.

Nunca dá tempo. Pois há outras coisas na frente.

Eu também tinha um monte de coisas por fazer...mas acho que desisti. Temporariamente. Vou me concentrar em falar para mim mesma, e depois escrever, e quem sabe alguém se interesse mais...

Enfim. Meio de feriado, vinho e sono. Muito sono.

Tuesday 31 August 2010

Falar para quem quer ouvir

No início deste ano, um grupo de professores indicados pela GTTP Brasil foi convidado para orientar prefeitos e secretários de turismo de cidades paulistas sobre como repensar o turismo em suas cidades. Foi uma iniciativa da APRECESP que deu muito certo.


Em função destes encontros, a Secretaria de Estado de Lazer e Turismo convidou os mesmos professores para falar sobre as questões importantes da Regionalização Turística, em evento que acontece no dia 01 de setembro, na Assembléia Legislativa de SP.


Fico muito feliz de coordenar este grupo e de poder, gradualmente, falar coisas importantes para pessoas que podem (e eu tenho certeza que vão) fazer a diferença quando se trata de Turismo Responsável.


Não se trata apenas de falar das obviedades turísticas que estão explodindo por aí - estamos falando de mudar a forma de enxergar o turismo. E isso vai ser muito bom!


Mais notícias, em breve.

Thursday 26 August 2010

Chimamanda Adichie

Simplesmente maravilhoso. Um pouco longo, mas uma grande licao.
Enjoy!
http://www.ted.com/talks/lang/por_pt/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html

Tuesday 24 August 2010

Ser feliz sozinha(o)

Enquanto todo mundo se cansa de abrir as animações em ppt que inundam as caixas postais, eu tenho a gratíssima satisfação de ter amigos que mandam coisas muito interessantes.


Esse link aqui é de uma "poesia animada" que se chama How to be Alone, e está em inglês. 


Mas é simplesmente perfeito.

Tks, Dea!

Tuesday 17 August 2010

De volta!

Eis que voltar sempre é muito bom.
Amigos queridos, família querida, pessoas e lugares caros...
Estou aqui, olhando com carinho, reconstruindo caminhos.

Logo mais, retomo a frequencia de postagens.

Thursday 12 August 2010

The seeds of love

O título do post veio por causa daquela velha música do Tears for Fears, que eu não deixo de gostar nunca...

Mas o ponto é que o tempo passou muito rápido na Inglaterra, e muita coisa aconteceu. O destaque de hoje fica para a importância de construir relações verdadeiras, e não projetos e parcerias apenas.

As pessoas que conheci são, em sua maioria, pesquisadores de alto nível, financiados por seus governos e/ou instituições, muito dedicados, muito capazes, muito cheios de boas caracterísiticas.

Mas, mais que isso, são pessoas. Estão sozinhas aqui, por um período que as vezes chega a cinco anos, alguns sem retornar para a família, lutando para se adaptar a costumes por vezes extremamente diversos de sua origem. Pessoas cujas histórias de vida são tocantes, de conquistas, de grandes sonhos, de escolhas duras.

Eu fiz amigos aqui, com certeza. Não sei se vão durar, se poderemos nos reencontrar em algum lugar do planeta, mas sei que foram muito importantes neste tempo em que convivi com eles. E sei que eles tem alguém que gosta muito deles, voltando ao Brasil.

Sunday 8 August 2010

Brighton Pride

Ontem eu finalmente fui a uma parada do orgulho GLBT (perdão aos mais antenados, mas eu nunca sei qual a sigla em uso).

Eu nunca fui a uma em SP por razões diversas, o que definitivamente é uma pena. Mas tive a chance de ver a Brighton Pride.

O que eu achei mais interessante foi o fato de que nesta parada, de fato, o que está em pauta é o orgulho dos homossexuais, principalmente. Eu estava imaginando uma festa animada, muita gente colorida, deboche, exagero, enfim.

Mas não foi o que vi.

Havia grupos bastante específicos, e o pessoal assistindo aplaudia a cada nova manifestação. O que me chamou a atenção?

- o grupo de policiais gays britânicos, todos trajados a caráter;
- o grupo dos bombeiros;
- o grupo dos trabalhadores do NHS, o serviço de saúde (ambulâncias de resgate, hospitais etc)
- um grupo de funcionários da American Express (no maior caminhão de som);
- grupos vinculados a partidos políticos;
- um grupo de trabalhadores da BBC.

Por nunca ter ido a uma em SP, não posso comparar. Mas achei simplesmente o máximo.

Wednesday 4 August 2010

E quando se deixa de gostar?

Choveu em Guildford, eu não saí da toquinha, e me pus a escrever e pensar.

No meio de muita bobagem, e inspiradíssima pelo post de hoje em  http://www.paginasdarelva.blogspot.com/, pensei: é possível a gente gostar de alguém e depois deixar de gostar?

Não é o caso de odiar não, porque odiar para mim é so amar do avesso.

Só deixar de gostar, perder admiração, achar que não vale a pena, desistir, cansar, procurar algo melhor a fazer...

Eu confesso! Eu já deixei de gostar de várias pessoas. Mesmo. Não me sinto mal por isso não, acho que faz parte do meu processo pessoal, ou da vida de forma geral... a parte boa é que o meu gostar não ocupa espaço, então eu consigo gostar de mais um monte no lugar! Ha ha ha.

Tuesday 3 August 2010

I wish I could go travelling again

Ouvi esta música hoje pela primeira vez. Gostei muito da letra.


I wish I could go travelling again



It feels like the summer will never end


And I've had such good offers from several of my friends


I wish I could go travelling again






I want to sit in my shades


Sipping my latte


Beneath the awning of a famous cafe


Jet-lagged and with our luggage gone astray


I wish I could go travelling again






I want a waiter to give us a reprimand


In a language neither of us understand


While we argue about the customs of the land


I wish I could go travelling again






I want to sit in traffic, anxious about our plane


While you blase comments drive me half insane


I want to dash for shelter with you through the tropical rain


I wish I could go travelling again






I want to be awakened by a faulty fire alarm


In an overpriced hotel devoid of charm


Then fall asleep again back in your arms


I wish I could go travelling again






But how can I ever go travelling again


When I know I'll just keep remembering again


When I know I'll just be gathering again


Reminders to break my heart






I wish I could go travelling again


It fells like this summer will never end


And I've had such good offers from several of my friends


I wish I could go travelling again

Da para ouvir clicando aqui

Monday 2 August 2010

A Martha, minha amiga que nem sabe que eu existo

Uma vez me disseram que era divertido me ver lendo, porque eu participava ativamente do livro - rindo, fazendo caretas, chorando, enfim...lendo. Na ocasião, acho que lia algo do João Ubaldo.

Há algum tempo eu conheci os textos da Martha Medeiros. Tem vários livros publicados, e milhares de trechos circulando pela internet. Ler os textos dela me lembrar uma deliciosa conversa de amigas...parece que estamos falando bobagem, mas há lições de vida. Ou o inverso, parecem lições de vida, mas são pequenas bobagens do dia-a-dia.

Enfim, eu leio a Martha e acho que ela tá aqui sentada do meu lado. Suuuuper minha amiga, no caso.

E olha só o texto dela que eu recebi hoje. Lindo, lindo. Quem quiser ler, aproveite. Quem não quiser, saiba que eu estou disposta a falar muita coisa...talvez seja necessário perguntar antes, mas a disposição está aqui. Descobri que posso sim amar muitos dos meus amigos, e só gostar de outros, e de repente nem gostar tanto assim de outros tantos...mas que eu vou falar, vou mesmo!

Beijos

Falar de Sentimentos

Martha Medeiros

Já fui de esconder o que sentia, e sofri com isso. Hoje não escondo nada do que sinto e penso, e às vezes também sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde. O silêncio a fim de manter o poder num relacionamento.

Assisti ao filme "Mentiras sinceras" com uma pontinha de decepção - os comentários haviam sido ótimos, porém a contenção inglesa do filme me irritou um pouco - mas, nos momentos finais, uma cena aparentemente simples redimiu minha frustração. Embaixo de um guarda-chuva, numa noite fria e molhada, um homem diz para uma mulher o que ela sempre precisou ouvir. E eu pensei: como é fácil libertar uma pessoa de seus fantasmas e, libertando-a, abrir uma possibilidade de tê-la de volta, mais inteira.

Falar o que se sente é considerado uma fraqueza. Ao sermos absolutamente sinceros, a vulnerabilidade se instala. Perde-se o mistério que nos veste tão bem, ficamos nus. E não é este tipo de nudez que nos atrai.

 Se a verdade pode parecer perturbadora para quem fala, é extremamente libertadora para quem ouve. É como se uma mão gigantesca varresse num segundo todas as nossas dúvidas. Finalmente se sabe. Mas sabe-se o quê? O que todos nós, no fundo, queremos saber: se somos amados. Tão banal, não?. E, no entanto, esta banalidade é fomentadora das maiores carências, de traumas que nos aleijam, nos paralisam e nos afastam das pessoas que nos são mais caras. Por que a dificuldade de dizer para alguém o quanto ele é - ou foi - importante? Dizer não como recurso de sedução, mas como um ato de generosidade, dizer sem esperar nada em troca. Dizer , simplesmente.

A maioria das relações - entre amantes, entre pais e filhos, e mesmo entre amigos – ampara-se em mentiras parciais e verdades pela metade. Podem-se passar anos ao lado de alguém falando coisas inteligentíssimas, citando poemas, esbanjando presença de espírito, sem alcançar a delicadeza de uma declaração genuína e libertadora: dar ao outro uma certeza e, com a certeza, a liberdade.

Parece que só conseguiremos manter as pessoas ao nosso lado se elas não souberem tudo. Ou, ao menos, se não souberem o essencial. E assim, através da manipulação, a relação passa a ficar doentia, inquieta, frágil. Em vez de uma vida a dois, passa-se a ter uma sobrevida a dois.

 Deixar o outro inseguro é uma maneira de prendê-lo a nós - e este "a nós" inspira um providencial duplo sentido. Mesmo que ele tente se libertar, estará amarrado aos pontos de interrogação que colecionou. Somos sádicos e avaros ao economizar nossos "eu te perdôo", "eu te compreendo", "eu te aceito como és" e o nosso mais profundo "eu te amo" - não o "eu te amo" dito às pressas no final de uma ligação telefônica, por força do hábito, e sim o "eu te amo" que significa:

"seja feliz da maneira que você escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo”.

 Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto. Oprimi-la é trabalho para uma vida. Mais que as mentiras, o silêncio é que é a verdadeira arma letal das relações humanas. 

Sunday 1 August 2010

Despedida...de casada!

Há exatamente um ano, a pessoa com quem eu fui casada me comunicou que não seria mais meu marido. Assim.

Fiquei triste por exatos quinze dias, acho. Depois, a vida foi me dando um presente atrás do outro, e percebi que finalmente tinha chegado a hora de viver como eu queria, dentro dos meus valores e padrões. Algumas pessoas não gostaram. Outras respeitaram. E outras participaram ativamente desta transição. E portanto são aquelas que receberão o convite para a festa de despedida de casada!

Uma festa que já vem acontecendo há meses...mas que agora dá para fazer "de acordo"...como ontem, em Leeds, a capital do norte da Inglaterra...uma cidade apaixonante! Pubs animados, companhia agradabilíssima e muitas risadas em uma noite colorida....

Tim-tim para todo mundo que acredita que dá para ser muito feliz, todos os dias. Basta escolher a companhia certa!

Friday 23 July 2010

Pensar diferente

Quantas vezes fomos convidados a pensar diferente? Eu não consigo nem contar.


Mas eu queria saber como é que se pensa diferente.
Ou melhor, por acaso a gente sempre pensa igual?


Eu mal sei explicar como é que eu penso. 
Eu sei que penso, porque tem historinhas acontecendo na minha cabeça e como eu não estou falando, então estou pensando...não é isso?


Mas a pergunta surgiu hoje porque eu pensei que é preciso pensar diferente o jeito de enxergar turismo. A questão é que não é só o pensar diferente. É convencer muita gente a aceitar ouvir um jeito diferente de contar basicamente a mesma coisa.


Aí, se mais de uma pessoa pensar um pouco diferente, pode ser que a gente consiga mudar algumas coisas, não é?

Wednesday 21 July 2010

Tem coisas boas, tem coisas ruins

Eis que faltam poucos dias para eu voltar ao Brasil.
Deu saudade? Claro que deu. Mas também dá muita vontade de ficar mais, de conhecer outros lugares.

E aí tem gente que me pergunta - o que eu mais gostei.

O que eu mais gostei?

Eu gostei de ter vindo. Acho que estar aqui foi a coisa mais legal de todas. Com tudo o que aconteceu em volta, na distância que as coisas aconteceram - perto, longe, dentro, fora, aqui, aí...enfim.

Mas ontem vi um exemplo de algo que as pessoas acham que não acontece aqui, que é só do Brasil. Um torre em Portsmouth, linda, turistiquíssima (se é que existe esse termo), construída com dinheiro da loteria (que aqui serve para isso, principalmente - construir atrações turísticas). Era um Millenium Project, ou seja, deveria ter sido inaugurada em 1999/2000.

Atrasou cinco anos.

Mas tá lá, linda e monumental, olhando para o porto...para o Oceano...e atraindo visitantes e dinheiro. Mais detalhes em http://www.spinnakertower.co.uk/

Sunday 18 July 2010

A-ha!

Sim!

Revelando DNA... todo a minha admiração por EBTG não apaga nem diminui a importância de A-HA na minha vida... Ah! os noruegueses!

Alguém consegue ter vivido os 80/90 e não ter gostado deles?

Então quem gosta, lembra dos dentinhos separados do Morten, nao lembra?

The Sun always Shines on TV!

Outra música

Comprar música hoje é uma experiência rara...tudo online, legal ou ilegal, e a experiência de passar horas em uma loja de CDs (lá ia eu escrever discos...) parece que não faz mais parte da agenda.

Mas estes dias eu fui para a HMV comprar um poster, e decidi parar para dar um oi para a Tracey. Eu adoro a voz da Tracey (Thorn, no caso). E as músicas.

Nem sou capaz de lembrar quando a conheci, mas acho que foi no primeiro ano de faculdade... aí fui tentando comprar todos os dicos. Não sei se tenho tudo, mas certamente quase tudo.

E ela acabou de lançar um disco lindo que, curiosamente, se chama "Oh! The Divorces..." - Sugestivo, não?

Bom, mas aí, mesmo super fã do trabalho, tenho que reconhecer...alguém magoou essa minha amiga de uma forma irrecuperável, porque todas (to-das) as músicas dela são sofridas. Doloridas. Angustiadas. Dá vontade de ir lá dar um abraço apertado nela.

Esta aqui é velha, mas eu amo. Fala de amor entre velhos amigos. Espero que gostem. Old Friends.

Saturday 17 July 2010

Presentes

Cheguei a uma conclusão, que para alguns vai soar como triste, mas que eu acho que não é necessariamente triste.


Desisti de comprar presentes. Aqui, no Reino Unido, no caso.


Primeiro, porque a lista ficou grande demais.
Segundo, porque para vir já estava com todos os quilos permitidos pela companhia aérea, então imaginem para voltar.
Terceiro, que acabou o dinheiro.


Mas, e principalmente, eu acho que o melhor presente quem ganhou fui eu de poder descobrir e re-descobrir pessoas incríveis nesta distância geográfica de cinco meses. 


Eu pensei muito nelas, falei com elas, escrevi, liguei, mandei recado, sms, ou o que for...mandei muito do meu afeto, do meu carinho e da minha admiração. 
E vou reafirmar isso na volta, pessoalmente.


Mas na mala, infelizmente, não cabe mais nada...só no coração!

Thursday 15 July 2010

As redes da nossa vida

Algumas pessoas que optaram por construir sua carreira na Universidade, dedicando-se a pesquisas, sabem que a cada dia parece que sabe-se menos sobre tudo, especialmente sobre o tema que escolheu estudar. É muita pretensão acreditar que só você teve a idéia brilhante de pensar em determinado assunto, e que só você sabe de algo.

Aí, depois de passar um tempo tentando aprender algo, você resolve olhar para o lado e descobre que é melhor trabalhar junto, quando se tem esta opção, para compartilhar e crescer junto, e no meio do processo ainda há ganhos como amizade, respeito, cumplicidade e momentos divertidos.

Eis que essas ligações vão formando redes, as mesmas que de certa forma estão na minha pesquisa... e quando tiro a cabeça dos livros e penso na vida, fico vendo que formar redes e fortalecer laços é uma competência a ser desenvolvida.

De repente, o período na Inglaterra está acabando, mas minhas conexões aqui continuarão, e certamente renderão frutos.

E a parte melhor? As conexões fundamentais do Brasil foram mantidas E fortalecidas... e agora fico realmente feliz com a possibilidade de retornar a São Paulo para trabalhar com pessoas que admiro e respeito, e para conviver com outras que amo. No caso, em especial, a LIGA.

Monday 12 July 2010

Caracóis

Eu sempre fui uma pessoa que gosta de experimentar novidades, testar o que há para ser testado, acreditar que há sempre algo novo interessante.


Mas dessa vez, não consegui.


Meus primos me levaram para comer em um típico "boteco" português. O prato do verão? Caracóis.


Sim, caracóis.
Não escargots ou outros moluscos supostamente refinados. Caracolinhos daqueles que dão como praga no jardim. É simplesmente o petisco do verão português, acompanhado de uma deliciosa Imperial.


Pus a foto para compartilhar com vocês, mas confesso que dessa vez, realmente, não deu.







Sunday 11 July 2010

E então?

Recebi esta mensagem do Rui Badaro. 
Nao vou comentar, vou apenas compartilhar.


"Num discurso de improviso, destinado a lançar uma campanha de promoção internacional do turismo no Brasil com vistas à Copa de 2014, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou uma imagem do país que o Ministério do Turismo não gostaria de ver enaltecida.

Lula alertou os estrangeiros sobre o risco de ser mordido por “uma sucuri destreinada”, disse que os brasileiros não sabem inglês mas são bons na arte de “mimicar”, garantiu que o país é tão bem servido de homens quanto de mulheres e lamentou que as pessoas vão ao cinema e na volta não encontram o carro, porque foi roubado.

A cerimônia com a presença do presidente ocorreu num espaço montado pelo governo, num centro de convenções, no coração de Johanesburgo. Lula passou um tempo folheando o discurso preparado para o evento. Mas deixou-o de lado e arrancou gargalhadas já ao mencionar as autoridades presentes. Chamou o prefeito Eduardo Paes, do Rio de Janeiro, de governador, corrigiu-se, mas acrescentou, rindo: “Mas um dia vai ser. Um dia vai ser”.

Lula elogiou a diversidade racial brasileira fazendo um contraponto com outros povos. “Quando você vê a Alemanha em campo, com exceção do brasileiro Cacau, você só vê alemão. Quando você vê o Japão, você só vê japonês. Quando você vê a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, você só vê coreanos, com a diferença que uns riem mais que os outros. No jogo Itália e Servia, não tinha um único negro nem no banco de reservas”.

Curiosamente, o filme exibido pelo Ministério do Turismo, para ser lançado assim que acabar a final da Copa de 2010, mostra um Brasil quase inteiramente branco. Até ao mostrar o público na arquibancada do Maracanã, a publicidade dirigida por Fernando Meirelles exibe em primeiro plano uma mulher loira.
Lula elogiou a beleza do brasileiro. E observou: “Quando eu falo em beleza, vocês têm que compreender que para cada sapo tem uma sapa. Ninguém fica sem seu par”.

Em seguida, o presidente fez uma digressão sobre os motivos que impedem o brasileiro de ir ao cinema. Queria fazer um paralelo com a dificuldade de levar turistas estrangeiros ao Brasil. E disse: “O cidadão vai ao cinema e depois quando vai buscar o carro, roubaram”.

Ao falar das belezas naturais do país, Lula mencionou especialmente o Amazonas, o Pantanal e a Chapada Diamantina. “A floresta mais incrível do mundo, rios maravilhosos, mas tem que ser de maneira ordeira. Se sair da linha, uma sucuri destreinada vai pegar vocês”.

Lula arrancou aplausos ao criticar as companhias aéreas brasileiras, que não têm vôos diretos para a África. Disse que é uma questão de honra para ele, assumida diante do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, que este quadro seja mudado. “Não é possível que o avião brasileiro passe sobre a África e não pare. Tem que parar. O africano que quer ir para o Brasil tem que pegar um avião para Paris. Se ele vai até Paris, por que vai para o Brasil depois?”

O presidente também divertiu o público ao falar que o turista que for para o Nordeste vai encontrar um povo muito acolhedor, mas que não sabe falar inglês. “Mas tem a grande capacidade de fazer mímica. É a capacidade de mimicar (sic) do povo brasileiro”. Dirigindo-se a Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais, Lula perguntou: “Esse verbo existe?” E ouviu um não, mas o verbo existe segundo o dicionário Houaiss.

Lula encerrou o improviso lendo a última frase do discurso preparado para ser lido. “Eu ia ler meu discurso, mas não li. Então vou ler só a última frase. O Brasil está te chamando. Celebre a vida aqui”, disse, fazendo graça."

Saturday 10 July 2010

Portugal

Na última quinta-feira fui ao Porto, a convite da Prof. Aurea Rodrigues, para fazer uma fala a alunos e interessados no turismo brasileiro. Foi bem interessante. Pouco depois, fomos passear pela Vila Nova de Gaia e Porto, e dormimos em Aveiro.


Na sexta, uma visita deliciosa por Aveiro, na companhia agradabilíssima da Áurea, e no final da tarde, um comboio (=trem) para Lisboa.


Em Lisbora moram meus primos e sua queridíssima filha, e hoje foi um dia dedicado a visitar a cidade, que realmente é encantadora.


E todas as três cidades, cheias de turistas - verão europeu, muitos vôos baratos,  espanhóis (principalmente) em todos os cantos. E em Lisboa, muitos brasileiros. Mesmo.


Estou encantada - em parte por estar junto de alguém que gosto demais. E na outra parte por perceber que ainda há muito a estudar e aprender, sobre a história, sobre o turismo, sobre os hábitos...


Quando puderem, visitem Portugal. :-)

Monday 5 July 2010

Quanto tempo... ?

Hoje me peguei pensando sobre quanto tempo leva para que possamos realizar certas coisas. Em geral, as pessoas nos fazem algumas perguntas, e mais em geral ainda, há um número de respostas prontas.

Então eu resolvi pensar melhor sobre o assunto, e divido alguns exemplos:

P: quanto tempo leva para aprender inglês?
MR: o tempo necessário para construir um grande amor pela língua e perceber que são os pequenos detalhes que importam. No momento, estou apaixonada pelo jeito que eles terminam suas afirmações com perguntas. It is lovely, isn´t it?

P: quanto tempo leva para conhecer Londres?
MR: praticamente o mesmo tempo que leva para conhecer os segredos de São Paulo, uns 20 anos mais ou menos...

P: qual a cidade mais bonita da Inglaterra?
MR: certamente aquela que você visitou em excelente companhia, de bom humor, disposto(a) a ver o que não está nos cartões postais;

P: de onde devo tirar as fotos?
MR: talvez dos lugares que não signifiquem muito para você... aqueles que você gostou, a imagem vai ficar para sempre na sua memória...

Acho que estou ficando muito chata. Não estou?

Wednesday 30 June 2010

Please don t stop the music

Inspiração é tudo, não?

A música já era linda, e conseguiu ficar mais charmosa ainda. E o vídeo é bem legal.

Aproveite!

As outras escolhas

Tem dias que a gente acorda pensando (eu, principalmente) - e se eu tivesse sido veterinária?

A veterinária, particularmente, nunca me atraiu, embora eu ame alguns animaizinhos...especialmente cães e patos... mas já considerei horrores ter estudado Direito, Engenharia, Psicologia, Biblioteconomia. Entre vários outros.

Sendo do Turismo, é claro que eu gosto de puxar a brasa para a minha sardinha (ou é o contrário?), mas quando você começa a conviver com pessoas de outras áreas, fica vendo que a coisa mais legal desse mundo é que tem gente querendo entender de tudo...e fazer de tudo.

Entre as pessoas com quem convivo, tem, por exemplo, uma que tem a vida dedicada a se superar no esporte; outra, que estuda o ritmo de vida de motoristas de caminhão; uma outra que está vendo até que ponto as roupas podem ser inteligentes, controlando a temperatura do corpo. Tem um colega novo que estuda a fundo um dado tipo de composição musical.

Ontem a noite, na rádio, alguém explicava um Astrolábio. E pensei, meu deus, tem pesquisador para tudo nesse mundo! Mas mais que isso, tem espaço e dinheiro para pesquisar tudo nesse mundo. E interesse.

E quando a gente, sentado como crianças na areia, enchendo o próprio baldinho, resolve olhar a volta, descobre que se todo mundo reunir os baldinhos, teremos um super mega castelão de areia... não é ?

Saturday 26 June 2010

Senta aqui comigo...

Aqui vai um convite detalhado.

Tente construir a imagem que está na minha mente agora:
- inglaterra, qualquer lugar, mas pode ser Guildford ou Londres;
- 21h30, e o céu ainda está claro, e há um lago, e um horizonte que passa nada mais que tranquilidade;
- um gramado, um ventinho que justifica só um moletom;
- uma taça de vinho branco;
- e esta música aqui.

Nem vou comentar a letra, porque não é o caso. Só a melodia e a voz da Tracey para esperar mais uma noite chegar...

Senta aqui comigo?

Toy Story 3

Assisti ontem.

Sim, sim, confesso, sou super fã de filmes infantis, especialmente quando se trata de Disney-Pixar.

Chorei no final, claro. Como qualquer um que não seja de pedra e se envolva na história cuja moral é "passar adiante", fazer a alegria de outros. O Andy está com 17 anos e não vai mais brincar com o Woody, o Buzz e toda a turma. E aí eles vão para um day care.

O mais legal é que lá um ursinho, do tipo Ursinhos Carinhosos, é o chefe da máfia. Cruel e tudo mais... são esses roteiros sobrepostos, que alegram crianças e adultos, os que mais me fascinam... as crianças não precisam saber o que é a máfia, mas os adultos com neurônios a mais vão se divertir com algumas falas.

E sem dúvido, quando o Buzz entra em "modo espanhol, latin lover" - me deu até vontade de achar um para mim...

Adorei.
Olha só que olhar...

Wednesday 23 June 2010

Quem quer mudar, não deve copiar...

Como eu disse em post anterior, estar na Universidade de Surrey é algo muito interessante, especialmente para quem ama pesquisar Turismo. A biblioteca é fenomenal, e o acervo eletrônico é também incrível.

Mas o que conta mesmo é conhecer pessoas de todo o mundo, de altíssimo nível, e poder conviver alguns dias com elas, entendendo como é que se formou o espírito de investigação de cada uma delas.

Na segunda-feira, durante o seminário de doutorandos, eu conversei com a Violet, uma representante da Rep. Dominicana. A pesquisa dela é maravilhosa. Foi aprovada com louvor, o que aqui é algo realmente louvável, ao contrário de muitos dos louvores que vemos em certas teses e dissertações brasileiras.

Em um dado momento, ela fez uma afirmação muito contundente. Vou tentar reproduzir.

"Se o destino quer se destacar por um serviço diferenciado, se quer mostrar ao mundo que é diferente (em relação às demais ilhas no Caribe), não adianta copiar o que o mundo faz. Tem que também fazer diferente. E se quer formar profissionais diferentes, tem que ensinar diferente".

Simples assim.

Queria parar por aqui, mas me é impossível. E pensar que os cursos de turismo do Brasil, com raras exceções, reproduzem um curriculo padrão nascido nos anos 1970. Reclamam, reclamam, mas fazem tudo igual. Ou melhor, fazemos tudo igual.

Ai, ai, ai.

Feriado? Jogo? Não...


Observem cuidadosamente a foto abaixo:


Notem que não há como mentir - a foto foi tirada as 13h51 de uma terça-feira, 22 de junho de 2010. Trata-se da Exchange Square, em Londres, ao lado da Liverpool Station.

Hora do almoço, dia de sol, uma praça em meio a vários edifícios de escritórios. Essas pessoas saem para almoçar, compram suas cervejas, vinhos e outros drinks típicos do verão londrino, e ficam ali curtindo, conversando.

E você pensa - álcool na hora do almoço?
Sim, aqui vale. E mais, a hora do almoço na verdade são várias. Segundo uma amiga que administra o pub onde o povo compra as bebidas, o emprego deles é ótimo...descem com Iphones, notebooks e outros gadgets e ficam trabalhando ali a tarde toda, enquanto enchem suas carinhas.

E aí, no final do expediente, uma happy hour básica. E depois, para casa, de metrô. Acidentes de carro quase nao existem. Agora, quedas cinematográficas nas escadas rolantes são uma constante...

Monday 21 June 2010

Research Environment

Primeiro eu devo me desculpar pela demora em um novo post. Foi uma semana atribulada.

Mas hoje, de volta a Guildford e à Universidade de Surrey, participo o dia todo do Seminário de Doutorandos e Pesquisadores. Um evento interno, pequeno, e irrepreensível em sua organização.

Organizado pela própria escola, contou com a presença de todos os nomes que estamos acostumados a citar... eu fiquei na sala do Andrew Lockwood, por exemplo. Aprendi muita coisa, de verdade.

E então, conclui que a UniS é sem dúvida um dos melhores lugares para se pesquisar Turismo no mundo, se não for o melhor. Já estou começando a sentir saudade daqui...

Sunday 13 June 2010

E quando não há nada a dizer?

Domingo pós jogo da Inglaterra e Surrey acordou meio desanimada...

Eu, para manter o ritmo, fui ao Surrey Sports Park para pelo menos uma hora de atividades aeróbicas que possam consumir o excedente de batatas no meu corpo. Voltei, arrumei as coisas por aqui e sigo estudando e escrevendo. Não há muita diferença entre sábado, domingo e segunda quando você está fazendo o que gosta...ou quando não há muitas opções.

Mas eu quis fazer um post hoje, mesmo sem um tema específico.
Para dizer que estou aqui. Pensando muito, como sempre. E feliz, dentro da minha régua particular de felicidade.

Dia desses pensei numa ilustração da nossa vida...uma espiral ascendente...girando e subindo. Mas tem gente que espana e gira em falso...e aí você eventualmente reencontra a pessoa num de seus giros, e vê que nada, nada mesmo, mudou. Mas antes isso do que ser uma espiral descendente, não?

Filosofia de domingo, depois de um pouco de vinho.

Friday 11 June 2010

Vivendo a vida leve...

Inspiradíssima pela minha amiga que resolveu ir ao cinema sozinha, tomar café na Livraria Cultura, andar por São Paulo pensando que sim, há muitos motivos para ser feliz, eu resolvi mudar de estação hoje.

Aí eu me lembrei desta música que para mim é uma síntese desta dualidade que a gente se impõe. A letra é triste, pois a cantora descobriu que está apaixonada por alguém que já tem outra pessoa.

Mas a música é de uma animação sem fim...impossível não dançar, que é exatamente o que as pessoas fazem no frio, nas ruas de NY! Vejam clicando aqui.

Vou falar...tem coisas muito chatas na vida da gente, mas elas passam. E quando passam, você percebe que não só aprendeu a ser mais resistente, como não tem mais gente chata do seu lado... coisa "uótchima"!

Bom final de semana para todo mundo!

Thursday 10 June 2010

Outra bronca ou Definitivamente fiquei velha

Eis que ontem um querido amigo meu e super profissional foi dar uma palestra sobre Construção de Carreira para os alunos do último ano de Lazer e Turismo na USP. Meus alunos. Que eu gosto muito, de verdade. A Karina Solha foi a host oficial do evento, a quem de público agradeço imensamente.

Público estimado: 100 alunos, em duas turmas.
Público presente: 20, 25 no máximo.

Destaque: comportamente absolutamente repreensível por parte dos alunos, entrando e saindo o tempo todo, sem demonstrar um mínimo de educação ou de respeito ao palestrante.

Fiquei pensando - mas o que é que leva as pessoas a agirem assim? Desenhei várias propostas de explicação, mas nenhuma me convenceu. Seria fácil eu dizer que é culpa dos pais, que não dão educação, mas se eu bem conheço os meus pais e todo o esforço que eles tiveram ao passar a mim e minhas irmãs um pouco de educação, eu posso afirmar que não dá para culpar os pais apenas. Os pais bem que tentam, mas a escolha de usar ou não o exemplo é dos filhos.

E aí eu sou obrigada a misturar o assunto com o outro, da experiência internacional. Alunos brasileiros aqui na Inglaterra não chegam atrasados, não pedem para sair mais cedo, não entregam o trabalho fora de hora...afinal, não existe fora de hora no calendário inglês. Eles entendem qual o "esquema" e entram nele... Mas neste curso, parece que os alunos preferem punição e controle...chamada, lista, pontos, essas coisas.

E pensar que o palestrante estava sim fazendo uma avaliação de talentos...e pelo menos 80 pessoas não participaram desta oportunidade.

Fiquei com vergonha, porque falei muito bem dos alunos para o palestrante. Mas enfim...fiz o que me cabia... e acho que vou continuar fazendo... se 10 ou 20 pessoas aproveitaram, vou me concentrar nelas.

Enfim, desapontamentos também ajudam a gente a aprender... :-(

Wednesday 9 June 2010

Experiências fora do Brasil

Hoje foi um dia bem complicado por aqui por conta de umas solicitações extras a atender. Mas foi bom porque pude pensar um pouco mais sobre as perguntas que me fazem e certamente me farão logo mais, quando eu retornar ao Brasil.

Eu tenho muitos alunos que vivem fora do Brasil, ou que já tiveram uma experiência (a que, equivocadamente chamam de intercâmbio) e também tenho coleções dos que estão esperando a oportunidade.

E finalmente eu tive a minha, do jeito que eu sempre imaginei.
Um convite de uma instituição muito séria (a Universidade de Surrey é hoje a segunda melhor em Turismo no mundo), o apoio da USP, que me permitiu sair por estes meses, a estrutura excelente de acomodação e de trabalho aqui. E muito apoio por parte dos meus colegas no Brasil.

Mas não é assim que acontece com a grande maioria dos estudantes. Eles saem do Brasil para aprender um outro idioma e para aceitar posições de trabalho mal remuneradas em turnos estranhos. Muitos, senão todos, aceitam dobrar turnos, trabalhar por mais de 12 horas por dia. Fazem coisas que, como filhos de classe média e classe média alta no Brasil, jamais devem ter feito em sua própria casa, isto é, lavam banheiros, lavam pratos, servem bêbados, aguentam reclamações. E ganham dinheiro, claro. E moram muitas vezes em situação ruim, distantes, dividindo quartos e a privacidade.

E quando se cansam, voltam ao Brasil na expectativa de ter acesso a melhores empregos ou oportunidades. E eu penso. Com o que? O que é mesmo que uma pessoa que passou um ou dois anos trabalhando em sub-empregos tem a oferecer para um país onde esse tipo de mão-de-obra é excendente? Mais que isso, é criativa e disposta a enfrentar agruras inimagináveis...

Será que ao voltar, o pique será mantido? Ou vai se pretender voltar ao estilo de vida da família?

Eu hoje avaliei a minha experiência aqui no Reino Unido. Foi extremamente válida. Mesmo. Não poderia ser melhor. Tive chance de fazer uma viagem incrível para dentro dos meus valores e dos meus objetivos, e para descobrir que a minha vida só é assim porque ela foi construída no meu país, com as minhas referências, e é para lá que eu vou levar o que aprendi aqui. Claro, sempre pensando em voltar para cá ou para qualquer outro lugar onde se possa aprender a olhar diferente, e se possa valorizar o que existe de bom bem pertinho da gente.

Pensar em carreira não é realmente pensar em emprego. É pensar em como você constrói suas relações e suas referências. Grande parte do que você se torna tem a ver com o que as pessoas perceberam de você. Ou seja, é melhor trabalhar direito e perto daqueles que podem sim te indicar caminhos e abrir portas no futuro.

Tuesday 8 June 2010

Head hunting? Não, Soul Hunting...

Tem dias que a vida nos traz desafios interessantes. E aí vemos que não é de ontem para hoje que nos tornamos quem somos... há toda uma construção que, planejada ou não, nos trouxe até onde estamos, e vai nos levar para frente.


Eu trabalho com jovens, sou professora, amo o que faço, porque amo as pessoas... acho incrível poder transmitir o que aprendi com pessoas que, como eu, gostavam de transmitir o que sabiam.


Muita gente confia em mim e me pede indicações. As vezes eu acerto. Tenho alunos e ex-alunos muito bem posicionados no mercado...


Mas, de repente, me vejo buscando um tipo de pessoa que parece não estar mais disponível, ou pelo menos, não acessível. Pessoas que acreditam em si mesmas e que assumem riscos, que se esforçam para serem melhores, sabendo que o maior reconhecimento é delas mesmo, internamente. Elas não precisam de alguém dizendo, o tempo todo, que fizeram bem feito. Elas sabem. E mais que isso, não se conformam em continuar fazendo igual...querem ser melhores, querem chegar mais longe.


Não sei não, mas to com saudade dos meus colegas de colégio, de faculdade, e dos sonhos que acalentavam...

Saturday 5 June 2010

Amor declarado... (ou a auto suficiencia do ser)

Decididamente, se tirarem a música da minha vida eu serei uma pessoa triste. Cinza. Chata.

Mas como ninguém fará isso comigo, eu hoje acordei e passei o dia em ritmo de declarar amor a mim mesma. Por que não é um aprendizado simples, aceitar os próprios erros, ou os desacertos... haja terapia e paciência. Mas é muito bom descobrir que a mesma pessoa, no caso eu, tem coisas boas e não tão boas. E mais legal é ser tão boa companhia para mim mesma!

Então, vamos lá, turma da terapia em grupo, cantem comigo! (E com o Frank também)

For once in my life I have someone who needs me

Someone I've needed so long
For once, unafraid, I can go where life leads me
And somehow I know I'll be strong

For once I can touch what my heart used to dream of
Long before I knew
Someone warm like you
Would make my dreams come true

For once in my life I won't let sorrow hurt me
Not like it's hurt me before
For once, I have something I know won't desert me
I'm not alone anymore

For once, I can say, this is mine, you can't take it
As long as I know I have love, I can make it
For once in my life, I have someone who needs me



... ah, a auto-suficiência!

Friday 4 June 2010

Sweetie...

Eu preciso confessar uma coisa, no melhor estilo grupo de apoio:

- Oi, meu nome é Mariana...
- (coro) Oi Mariana!

- Eu quero dividir com vocês que, para tristeza de alguns, eu não tenho a menor paciência para emails cheios de figurinhas fofinhas e mensagens religiosas. Eu abro e leio por respeito à pessoa, mas em geral faço uma cara uó.

Aí, no melhor estilo terapia de grupo, eu estava dividindo isso com uma amiga super querida e que compartilha este sentimento. E outros sentimentos, na verdade vários.

Minha idéia é criar uma resposta muito educada com a imagem abaixo. Perdão, mas achei bem educada.

E na mesma linha de coisas educadas a dizer, olhem só isto:


Thursday 3 June 2010

As raízes

Eu já ouvi algumas vezes, em vários contextos, que eu provavelmente sou mais velha do que aparento. Por vezes tomo como ofensa, mas em geral acho o máximo.

Hoje pensei que, talvez, minha mãe gostasse de ouvir músicas enquanto estava grávida... ou então minha vida anterior foi ligada a palcos... não que eu tenha sido uma Janis Joplin, mas talvez uma roadie...

Então, quando eu ouço uma música como essa, me dá vontade de correr para o Sol, que hoje está particularmente convidativo, e dançar na grama... quem quer vir junto?

Going Back to my Roots - Odissey

Tuesday 1 June 2010

Músicas e o eco que elas fazem...

E no meio dos dias de céu azul e algum calor, hoje baixou um friozinho diferente, meio que pedindo para que a gente se deprima um pouco só para mudar o ritmo...como se fosse necessário.

E aí vem as trilhas sonoras de sempre. E eu revi EBTG e I Don't Want to Talk About It.

A Tracey, coitada, é feia de dar dó.
Mas compensa tudo nas letras e nas composições... e de repente todas as letras passam a fazer um sentido imenso, não sobre o passado, mas principalmente sobre o que não aconteceu, e que talvez por isso ainda venha a acontecer.

I can tell by your eyes that you've prob'bly been cryin' forever,

And the stars in the sky don't mean nothin' to you, they're a mirror.
I don't wanna talk about it, how you broke my heart.
If I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart, whoa, heart?


If I stand all alone, will the shadow hide the colors of my heart;
Blue for the tears, black for the night's fears.
The star in the sky don't mean nothin' to you, they're a mirror.
I don't wanna talk about it, how you broke my heart.
If I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart, whoa, my heart?


I don't wanna talk about it, how you broke this ol' heart.
If I stay here just a little bit longer,
If I stay here, won't you listen to my heart, whoa, my heart?
My heart, whoa, heart.

Monday 31 May 2010

Falando inglês na terra deles!

Demorou, tentei resistir, mas não deu...tive que fazer um post sobre a língua inglesa.

Primeiro, por favor, veja este vídeo
É muito engraçado, pois de fato é assim que milhares de brasileiros falam inglês. "Uite, Uidaute, ispeici...". E os mais desagradáveis vão falar - mas não há leões no Brasil...nós sabemos.

Eu não acho que eu falo bem inglês, não. Eu na verdade sou uma apaixonada pelo idioma, e há mais de 20 anos me dedico a melhorar um pouco a cada dia, lendo, ouvindo música, assistindo filmes com legenda em inglês, enfim...improving. Mas sei que tenho muito a aprender.

Entretanto, o tempo passa e eu vou ficando admirada ao ver que tem gente realmente corajosa. Não sabe quase nada e se aventura não apenas a falar, abusando dos recursos teatrais e mímicos. Não...vai lá e resolve escrever! Não é incrível? E aí são gafes atrás de gafes...

Mas tudo bem...vamos manter o espírito leve e pensar que todo mundo tem o direito de tentar...afinal, sotaques todos temos. Ou accents, como dizem aqui. E aí, vem este outro vídeo, imperdível (e já velho conhecido).

Pelo menos, a gente com certeza se diverte. Boa semana para todo mundo!