Friday 30 September 2011

Doutora... doutora? Sim, doutora!

Enfim, doutora. Sim, doutora. DRA.

O título de verdade, não o que vem com a escolha profissional... aquele que só se consegue depois de, no mínimo, 23 anos nos bancos escolares...

Sem demérito a quem fez direito - ou medicina, ou odonto -, ou herda uma fazenda, e já vai sendo chamado de doutor/a por aí.

Mas conquistar o título tem outro sabor.

Na verdade, é o sabor de nem querer (e nem precisar, jamais) ser chamado de doutor ou doutora.

É perceber-se sabendo que ainda falta muito para aprender. Muito mesmo. Uma quantidade incomensurável de informações, de conhecimento, de detalhes, de segredos, de mistérios...

Eu queria conseguir dizer o que é que muda.

Mas na verdade, o título em si não muda nada. Ou melhor, muda o salário, um pouquinho. Aumenta a cobrança, sem dúvida.

Mas, para mim, particularmente, o que mudou, mudou no processo.

Mudou meu jeito de enxergar as pessoas:
- quanto mais citações de autores, menos experiência de vida;
- quanto mais extremismo, menos felicidade;
- quanto mais preconceito, menos inteligência;
- quanto mais prepotência, menos amigos;
- quanto mais encastelamento, menos respeito... muito menos.

Eu posso dizer que, se aprendi algo nesses anos, foi a reconhecer o valor das amizades. Eu não passaria pelo processo sem os meus amigos. Ou melhor, eu não resistiria ao processo se os meus verdadeiros amigos não me lembrassem, o tempo todo, que a minha competência estava no que eu fazia (e sigo fazendo) pelas pessoas que me cercam - e não pelo que as pessoas de uma dada área esperam que eu faça.

Portanto, mais uma vez, agradeço humildemente ao apoio INACREDITÁVEL e INDESCRITÍVEL dos meus amigos e amigas. Aos que acreditaram em mim, quando eu mesma já estava desistindo. Que não se deixaram convencer pela força de meus argumentos contra mim. E que foram, dia após dia, apontando quais pedrinhas poderiam ficar melhor na pavimentação da minha história.

Aos amigos-amigos, aos amigos-alunos, aos amigos-colegas, aos amigos-familiares.

Eu só sou o que sou, porque vocês estão aqui. Obrigada. MESMO.

Saturday 3 September 2011

Boa viagem, Sarah!

Logo nos primeiros dias do curso de Turismo na ECA/USP, em 1994, tive contato com alguns professores que foram muito importantes na minha formação. Uma delas, a Prof. Sarah Bacal, foi a responsável por me indicar para minha primeira entrevista de emprego em São Paulo, que foi bem sucedida, e portanto marcou minha entrada no mercado de trabalho, ainda caloura.

Fui aluna da Prof. Sarah por pelo menos 2 anos. Confesso que lembro-me mais do carinho que ela tinha por sua poodle do que das aulas, efetivamente.

Ela sempre me deu carona de volta, deixando-me mais próxima de casa, o que, sem dúvida, acabou se constituindo no melhor contato professor-aluno. Nesses momentos, me indicava livros, me provocava, me fazia pensar muito.

Passam-se os anos e assisto-a argumentando sobre a ousadia da tese de livre-docência do Prof. Trigo. Foi uma das falas mais audaciosas e modernas que eu já ouvi em prol da inovação em pesquisas.



Há cerca de 3 anos, estivemos juntas uma última vez, em uma comemoração onde vários outros pesquisadores estavam juntos. Sarah falou, junto do Prof. Mario Beni... foi cumprimentada e aplaudida, bem como o Prof. Beni, por terem acreditado no Turismo quando ninguém falava do tema.

Sarah Bacal nos deixou na noite de ontem. É uma notícia triste, sem dúvida.
Mas ela deixou sementes em muitos pesquisadores e certamente será lembrada com carinho e admiração.

Boa viagem, querida Sarah!

Sunday 10 July 2011

Sobre memórias

No último post falei do final da redação da tese. Com isso, espero sinceramente ter mais tempo para vários outros aspectos da vida, e para o blog também.

Este foi o primeiro final de semana depois de vários em que sempre havia o peso das tarefas da pesquisa, da redação ou de qualquer outra coisa relacionada a trabalho. Pude estar com diversos amigos muito queridos, rindo e celebrando os acontecimentos.

E resolvi escrever sobre memórias. Na verdade, sobre as testemunhas da nossa história... nossas vitórias, conquistas, etapas vencidas e obstáculos superados só têm sentido quando temos as testemunhas. No caso, os amigos e familiares que acompanharam o que construímos. E que entendem o valor das conquistas para nós.

Mas infelizmente há pessoas que apagam pessoas, apagam fatos, apagam memórias. Esquecem ou fingem não lembrar de como se chegou até ali, de quem ajudou, de quem fez algo de bom (e até de ruim).

Eu lamento por elas. Jamais saberão o significado de amigos. Jamais saberão o que é poder construir juntos uma história...

Thursday 30 June 2011

As pequenas (ou nem tão pequenas assim) vitórias

Finalmente acabei de redigir minha tese de doutorado.
E queria fazer um post em homenagem ao fato.

Porém, não sei muito o que dizer.
Sei que algumas pessoas apostavam que não ia acontecer, e se eu tivesse usado uma balança adequada, daquelas que te ajudam a ponderar todas as circunstâncias, talvez tivesse desistido.

Mas eu não desisti... porque havia razões importantes para continuar, mas principalmente por ter pessoas muito especiais ao meu lado, especialmente entre novembro de 2009 e hoje.

Essas pessoas sabem muito bem quem são, não preciso nominar. Elas vivem minha vida comigo. São meu maior presente, diariamente.
Ligam, escrevem, acenam, apoiam, mesmo em silêncio, mesmo distantes...

E só quem tem amigos, tem história.
Eu tenho história. Muita.
Um dia eu conto...

Wednesday 1 June 2011

Isso eu pensei, e escrevi - saudade

Uma vez fiz um discurso para uma turma que segue sendo a mais especial da minha vida... mas a concorrência tá forte, viu?




"Quando eu aceitei, com alegria imensa, ser a paraninfa de vocês, eu não fazia idéia do desafio que teria ao escolher palavras para este momento. Certamente, ao final da cerimônia, eu terei pensado em tudo o que poderia ter dito e não disse, em muitas palavras cheias de significado que ficariam registradas nas recordações desta solenidade, e que me escaparam no momento em que finalmente parei para escrever esta fala.
"Paraninfo que dizer padrinho ou protetor. O que protege, orienta. Fiquei encantada ao saber do significado da palavra, entretanto não consegui me colocar nesta figura tão séria em relação a vocês.
"Entendi que a mim foi dada a oportunidade de, uma vez mais, compartilhar com vocês algumas idéias e concepções, provavelmente muito particulares, sobre suas escolhas, e sobre o futuro que de repente chegou até vocês.
"O senso comum acredita que nossa profissão está recheada de alegria, diversão e prazer o tempo todo, e que provavelmente não há nada melhor e mais tranqüilo a se fazer. Já estamos acostumados a ouvir as brincadeiras que fazem sobre nossas escolhas.
"Porém, poucos são os que de fato compreendem a dimensão deste mundo de conhecimento e informação a que fomos apresentados, e pelos quais trilhamos viagens novas e interessantes a cada dia. Também não são muitos os que entendem a multiplicidade de opções que se descortinam para os profissionais do Turismo.
"Mas importa, a nós, sabermos que nossa escolha nos permite conhecer, compreender e mostrar aos demais o que há de melhor e mais belo neste mundo, especialmente em nosso país. Nós sabemos como a atividade turística pode e deve ser estimulada para diminuir as diferenças, gerar riquezas, preservar a natureza e valorizar a cultura. E mais que isso, nós sabemos que podemos fazê-la melhor.
"Nada disso está escrito em seu diploma. Mas eu gostaria muito que estivesse gravado no coração de vocês. Ouçam sempre seu coração, pois ele indica o melhor caminho a seguir. Outros caminhos não serão verdadeiramente seus.
"Procurem manter firme dentro de vocês a vontade, a força e a coragem de ousar, como fizeram quando escolheram Turismo. Não esperem o momento chegar, porque de verdade, ele nunca chega. Vão lá, façam seu momento.
"Sejam profissionais por inteiro, íntegros e responsáveis, competentes e criativos, dando ao mundo o que vocês têm de melhor. Confiem em vocês, porque a confiança é a mais sublime forma de motivação. Insistam sempre, e mais, naquilo que faz vocês se sentirem inteiros. O sucesso e a realização serão apenas conseqüências. A satisfação será o maior presente que vocês se darão.
"Vocês são brilhantes, e sabem disso. Do contrário, não teriam sido a minha turma mais difícil. Difícil de substituir, difícil de esquecer, difícil até de explicar.
"Sinto-me especialmente feliz por ter feito parte da vida de vocês. Mais feliz por ter sido escolhida como paraninfa, e mais feliz ainda por entender que há dez anos, quando eu escolhi o Turismo, não estava errada, e que de alguma forma, nessa minha viagem pela vida, pude encontrar pessoas que aceitaram passear de mãos dadas comigo pelas curvas deste mundo.
"Muito sucesso a todos, muito obrigada e Parabéns!

Wednesday 25 May 2011

Bigamia

Relutei uns minutos para escrever este post, mas penso que o tema é válido.

Dizem que existe um certo corporativismo feminino, e que em geral mulheres se protegem. Mas eu confesso que não sei se isso é verdade.

Embora eu tenha oficialmente me separado em 2009, descobri que a contraparte não cumpriu minimamente seu papel, e não fez a averbação do divórcio. Portanto, continuo casada. No papel, apenas, e por pouco tempo.

Mas aí, as diversas fontes que se informam via redes sociais, comunicaram que a mesma contraparte está de casamento marcado, ou planejado, ou qualquer coisa na linha. E me perguntam - não é o caso de avisar a noiva atual?

Pensei, pensei e conclui - com a valiosa colaboração 'dazamyga" - que é melhor não avisar nada. Por que não vai adiantar, na prática. Se tivessem me avisado, lá atrás, que eu estava me aproximando de alguém com sérios problemas psico-sociais, eu talvez não acreditaria. Ou melhor, eu certamente não acreditaria, pois seria "intriga da oposição".

De qualquer forma, a gente faz o que está ao nosso alcance pelo bem da humanidade. Ou pelo menos da parte da humanidade que nos cerca.

Thursday 12 May 2011

Manifestações feministas

Minha gente!

Eu nunca fui de subir na caixa de madeira e sair gritando, ou pegar o megafone para chamar a atenção na Praça da República, mas acontecimentos recentes deixaram-me indignada a ponto de escrever este singelo post.

Eis que a pessoa completa 35 anos e, percebendo-se com a saúde um pouco alterada, abre o guia do convênio, seleciona por critérios duvidosos os especialistas em quem vai confiar, e ruma para os consultórios. Não sei se alguém já se indignou em plena consulta, mas eu já. O caso é que eu fico quieta e resignada, pensando comigo, é assim, sempre foi e não vai mudar.

Aí os tais profissionais pedem uma lista interminável de exames considerados não invasivos. Ok. Entendi. Invasivo é se te enfiam uma agulha. Tá bom. Odeio mesmo.

Agora atentem para o não invasivo:

1) Mamografia - uma maquina acionada por pistoes de ar, provavelmente, nada sutilmente esmaga as mamas do ser humano até que elas possam ser radiografadas... ficam da espessura de um papel sulfite. Nada invasivo. A gente se sente bem... chega a ser sensual até a posição de modelo de uma estatua do Michelangelo em vias de desabar.... ou melhor, Michelangelo-Miro depois do porre.

2) Citologia - te pedem para tirar a roupa, sentar na tal da maca ginecologica, e uma figura insere (nada invasivamente) alguma coisa que vai coletar material para analise, e se houver suspeita, ainda te corta um pedacinho para biópsia. Voce la, olhando para cima e contando as lâmpadas do ambiente e a figura - "e então, com o que você trabalha"?
Sério - dá para não conversar comigo? Eu juro que não acho nada normal alguém com aparelhos dentro de mim me perguntando sobre a vida...

3) Ultrassons - terceira etapa de um dia lindo, colorido... totalmente despida e emporcalhada de gel, uma terceira figura senta ao seu lado, pega um instrumento que não tem nem comprimento nem largura que possa passar perto de algo simpático, e introduz (novamente, nada invasivo) dentro do seu utero para te olhar de dentro para fora. Depois limpa o negocinho, e comeca a pressionar o seu pescoco. Logo em seguida, resolve ir e voltar, COM FORÇA, em todas as direcoes sobre os seus seios.
Detalhes - nunca é sutil, nunca é um cara lindo, nunca é sensual. Sempre parece uma atividade de estagiária do hospital russo antes de 1990.

Ao final, sorri para voce e diz - tá tudo bem, pode ir.
Como, minha cara? Como ir para algum lugar emporcalhada de gel, pensando que esse "ta tudo bem" mascara todas as doenças do universo e me sentindo um pedaço de carne dispensada no açougue?

Passado o impacto, em conversas com amigas solidárias, conclui-se que os exames foram desenvolvidos por homens.

Deixa eu acabar o meu doutorado e eu juro que vou verificar se dá para colaborar na invenção de alguma coisa que esmague as duas coisinhas que eles tem penduradinhas lá embaixo.

Sunday 8 May 2011

Sobre viagens

Mesmo com alguns amigos atuando seriamente na área de psicologia e psiquiatria, eu ainda não sei exatamente se sou ou não uma pessoa com TDAH. Por vezes, acho que sou, porque tudo me chama a atenção e me distrai dos focos principais... por outro lado, de repente é essa minha melhor característica, então não vou realmente ficar questionando.


O fato é que (e hoje eu resolvi abusar de expressões "lugar comum" e advérbios) há dias minha mente é invadida com lembranças intensas de minha viagem à Rússia em novembro de 2010. Foi muito interessante, mesmo, e apesar do frio e do clima acinzentado, as cores dessa viagem não me saem da mente.


E então penso um pouco mais, e devo confessar que cada viagem realizada suplanta a anterior, parecendo que foi melhor planejada, melhor aproveitada, melhor guardada na lembrança... Vejo-me pensando que Moscou superou Paris, e quase alcançou Londres no meu imaginário afetivo. Mas pode não ser verdade.


E aí descubro que sou fã de uma música bem animada, e a música me faz planejar uma viagem pelos melhores lugares para estar com uma amiga. E não vai ser Moscou. Mas poderia. É que fica meio longe ir de Moscou a NYC na mesma viagem...


E novamente estou eu pensando em várias coisas ao mesmo tempo, mas sentindo uma saudade intensa de Moscou. Acho que deixei lá algo ou alguém por descobrir...

Monday 2 May 2011

Passei por aqui...

Uma amiga disse uma vez que tem uma meta mensal de posts no blog. Achei tão organizado, tão capricorniano, pensei até em assumir o padrão, mas não consegui. Se for para manter a linha da justificativa astrológica, é porque este ano é um ano de revisão de padrões, no meu caso. (Ainda farei um post somente sobre questões astrológicas...)

O meu, pelo visto, está com a média de um post mensal. Talvez porque, ao contrário do título, tudo o que tenho pensado está virando texto, e logo será publicado, e aí então poderei retomar esta mídia que tanto me agrada.

Acompanho pouquíssimos blogs. Três, para ser objetiva. Um ou outro que me recomendaram eu olhei, mas não gostei. Há outros então que a gente dá uma conferida de vez em quando só para rir mesmo, ou chorar, de vergonha alheia, sei lá...

Ando preferindo o twitter, e o facebook.
Detalhe - prefiro o twitter quando a pessoa que sigo sabe usá-lo, porque ultimamente tem gente que resolveu escrever grandes trechos no microblog e não se ligou que a gente lê ao contrário...ou seja, fica tudo absolutamente sem sentido e, portanto, chatíssimo.

No Facebook, acho tudo ótimo, exceto quando descubro que a pessoa tem um comportamento FB e outro ao vivo...resolve ser engraçadinha online, mas não se banca ao vivo. Ou então decide que vai te perturbar o dia todo a troco de não ter mais o que fazer... definitivamente, as relações humanas vão se alterar profundamente daqui para a frente, graças (ou não) a esta interação online.

As vezes eu recorro à mesma amiga lá do primeiro parágrafo, quando cita a régua do sofrimento. Fico pensando que a mesma fábrica que faz essa, faz a régua da estupidez e a régua do exibicionismo... será que vai ter campeonato online? Eu que não quero ser da banca... prefiro ficar no campeonato da falta de paciência...

Sunday 10 April 2011

Fracassos e Sucessos

Eis que acordei com uma inspiração diferente hoje. Já estou trabalhando há horas com um pouco mais de objetividade que nos últimos dias, e isso parece bom. Coisas que clareiam os pensamentos...

E pensando nas muitas coisas que ouvi nesta semana, fixei a atenção na diferença entre sucesso e fracasso, ou na concomitância destas ocorrências. Sucesso tem um significado diferente e particular para cada pessoa. Na parte mais óbvia da interpretação, há o que é mensurável - dinheiro, poder, convites...

Mas há o sucesso que se conquista internamente, ou seja, a conquista do status de tranquilidade consigo mesmo(a) que pouca gente atingiu. Quando muito pouco do que vem do outro te afeta.

E no caminho inverso, há o fracasso nesse sentido. Porque a pessoa pode até parecer que não tem nada - do dinheiro, do poder, dos convites, das oportunidades - mas tem a certeza de estar em paz e realizado, e sem angústias, e sem dúvidas gigantes. Vive com o prazer de quem está aproveitando os momentos, os amigos, as piadas. 


O que eu sei é que recentemente uma luz se acendeu sobre um sucesso meu, em particular. O sucesso de ter enxergado o que era e o que seria a vida ao lado de um fracassado em todos os sentidos. 

Mas o mais interessante - o grande fracasso dessa pessoa foi não conseguir enganar mais ninguém, nem eu, nem quem estava próximo. E este é o tipo de sucesso que se comemora em grupo. O grupo da família, dos amigos e de todos os que colaboraram ao indicar mais um, e mais um, e mais outro detalhe dos comportamentos doentios desse espírito empobrecido. E mais interessante ainda... meu maior sucesso pessoal é ter (e manter) os amigos que tenho. A família que tenho. As pessoas especiais e inteiras da minha vida.

Pois é. Sem nenhuma modéstia, quem merece, fica. Quem não merece, que se divirta em outras paragens.

Sunday 27 March 2011

Casey Heines é herói?

Muita gente recebeu o link do vídeo do adolescente australiano que revidou a uma provocação, em um típico caso de Bullying. O link para o vídeo com uma matéria jornalística (legendada) está aqui


O que me fez escrever um post foi o fato de que muita gente acredita que um professor pode administrar uma situação de bullying evitando maiores consequencias para a(s) vítima(s). Sinceramente, em classes grandes como as que temos hoje nas faculdades, nem sempre é fácil perceber o que acontece. E mais, para quem não acredita, sim, há bullying na faculdade.


Outro aspecto que me preocupa é o fato de que há pessoas acreditando que passar por situações como a de Casey ajuda a formar o caráter; do pouco que li e aprendi recentemente, esses episódios marcam profundamente a vida da criança/jovem, e podem ter consequencias psicológicas que afetem negativamente seu bom desempenho escolar.


Algumas amigas trabalham com isso diariamente e relatam situações muito tristes. A fala do pai do Casey, no vídeo, deixa claro - ele nunca percebeu que o filho não tinha amigos. E estando sozinho, tornou-se um alvo fácil de todo tipo de brincadeiras de mau gosto.


Sim, eu fiquei solidária com o Casey. Não acho que a reação devesse ser assim, mas entendo bastante a raiva que ele sentiu.

Thursday 10 February 2011

As voltas que o mundo dá

Alguns episódios recentes me levaram a pensar sobre como o fato de o mundo ser redondo não é casual. Ainda que fiquemos somente no nível metafórico da "redondeza" do mundo...


Uma amiga querida me chamou para falar com seus colegas de trabalho. Ela trabalhou comigo há cerca de 15 anos. Desde então, buscamos manter o contato, e hoje ficou claro que ambas nos respeitamos profissionalmente. Portanto, sempre que eu precisar de alguém na área dela, é ela quem vou chamar. E vi que o mesmo acontece desde já.


Por outro lado, algumas pessoas atribuem um valor imenso ao JÁ, ao AGORA e à sua prepotência e suposta auto-suficiência. Fazem um esforço incrível (ou às vezes nem é esforço) para destruir qualquer coisa boa que talvez eu pudesse tentar guardar sobre a competência delas. Tem certeza que não precisam de nada, e portanto preferem destruir a relação de amizade ou de convívio profissional que existia.


Eu confio em mim. Mesmo. Sei que uma das minhas grandes competências é indicar pessoas, é formar grupos, é procurar e achar oportunidades para todos que me demandem... mas algumas pessoas realmente não acreditam nisso. E como eu não sou perfeita, pelo menos não nessa vida, pode ser que eu não queira mais indicar quem pisa na bola... 


Pois é, falei. Ops, escrevi!



Monday 31 January 2011

Mudança(s)

A partir de amanhã eu terei um novo CEP. No mesmo bairro, na cidade que tanto amo e que me acolhe há 17 anos. Acho que estou feliz. Ou, no mínimo, com boas expectativas.


Não sou de uma família que se muda. Na verdade, acho que uma das maiores surpresas da minha vida vai ser o dia em que meus pais não morarem mais no endereço em que praticamente nasci, cresci e vivi toda a minha temporada de interior de SP.


Aqui em São Paulo já tive vários endereços - e o mais engraçado é como a gente vai carregando coisas - vim para cá com duas malas. Um caderno, umas canetas, e fotos dos amigos. Isso em 1994. 


Dezessete anos depois, entro no novo endereço com a certeza de que carregarei o mínimo possível de coisas físicas, mas que infelizmente não ocupam apenas duas malas... (digamos que duas kombis...).


Dezessete anos de história, relacionamentos construídos (e devidamente destruídos, TG!), amizades perenes e incríveis, conquistas profissionais que valeram cada domingo trabalhado, e muitos outros pequenos detalhes que hoje ficam comigo e só comigo mesmo, aqui dentro.


As vezes tenho a impressão que entro no novo apartamento com a mesma expectativa do dia em que cheguei por aqui. Outras, acho que ainda não vai ser aqui o meu vasinho, o lugar de fixar as raízes... vamos ver.


Bem-vinda, eu!

Saturday 22 January 2011

Terapia(s)

Um dia eu ouvi que o mundo se divide em dois grupos - os que fazem terapia e o que precisam fazer. No início discordei, mas o tempo vai passando e percebo que é bem real a afirmação.

Não digo que seja indispensável à vida, de jeito nenhum. Mas é muito bom poder falar muito do que se pensa e perceber que alguém de fora, com preparo, faz conexões que a gente não consegue, liga fatos e comportamentos a padrões que podem ser alterados e que, portanto, podem nos fazer sentir melhor.

E não é sentir-se melhor para os outros, mas para si mesmo. Lidar com os conflitos internos, com as dúvidas, com as inseguranças, com os medos, enfim, com tudo.

Eu amo fazer terapia. Tive que parar por questões outras, por compromissos que necessitam de um tempo maior de dedicação, mas logo volto.

Só que este post não nasceu por conta disso.

Nasceu pela constatação que mesmo quando a gente está bem, em paz, tranquilo e tudo mais, e se vê convivendo com pessoas que não conseguem mais encontrar seu lugar no mundo, e para quem viver é um fardo...aí sim você percebe que é importante não se deixar abater e ter coragem de procurar ajuda. Por muito menos, e muito antes.

Acho que a depressão contagia. Mesmo. Melhor não ficar perto.

Sunday 9 January 2011

Hector

Minha amiga Andréa me emprestou um livro chamado "Hector and the Search for Happiness", do François Lelord. Não creio que eu vá devolvê-lo, mas é por uma boa razão. O livro é maravilhoso. De uma simplicidade que me comoveu.

Obviamente, textos combinam com momentos, e tem gente que gosta, outros que não gostam. Acho até que muita gente não vai gostar. Mas eu gostei, e muito.

Acho que ainda não há uma versão em português, entretanto, relato aqui as lições que o Hector coleta ao longo de sua viagem. Mas é fundamental ler o livro para entender como ele chegou a elas.

1. Fazer comparações pode estragar sua felicidade.
2. A fecilidade geralmente surge quando menos esperada.
3. Muitas pessoas so enxergam a felicidade no futuro.
4. Muitas pessoas pensam que a felicidade vem com mais poder ou mais dinheiro.
5. As vezes, felicidade é não saber a história inteira.
6. Felicidade é uma longa caminhada por montanhas lindas e desconhecidas.
7. É um erro ter a felicidade como objetivo.
8. Felicidade é estar com as pessoas que você ama.
9. Felicidade é saber que para sua família não falta nada.
10. Felicidade é trabalhar em algo que você ama.
11. Felicidade é ter uma casa e um jardim só seu.
12. É difícil ser feliz em um país em que os líderes são pessoas más.
13. Felicidade é se sentir útil para outras pessoas.
14. Felicidade é ser amado exatamente como você é.
15. A felicidade chega quando você se sente verdadeiramente vivo.
16. Felicidade é saber comemorar.
17. Felicidade é se importar com a felicidade daqueles que você ama.
18. (foi riscada no livro)
19. O sol e o mar fazem todos felizes.
20. Felicidade é um certo modo de ver as coisas.
21. A rivalidade envenena a felicidade.
22. Mulheres se importam mais que homens em fazer outros felizes.
23. Felicidade significa ter certeza que aqueles que te cercam estão felizes.