Thursday 12 May 2011

Manifestações feministas

Minha gente!

Eu nunca fui de subir na caixa de madeira e sair gritando, ou pegar o megafone para chamar a atenção na Praça da República, mas acontecimentos recentes deixaram-me indignada a ponto de escrever este singelo post.

Eis que a pessoa completa 35 anos e, percebendo-se com a saúde um pouco alterada, abre o guia do convênio, seleciona por critérios duvidosos os especialistas em quem vai confiar, e ruma para os consultórios. Não sei se alguém já se indignou em plena consulta, mas eu já. O caso é que eu fico quieta e resignada, pensando comigo, é assim, sempre foi e não vai mudar.

Aí os tais profissionais pedem uma lista interminável de exames considerados não invasivos. Ok. Entendi. Invasivo é se te enfiam uma agulha. Tá bom. Odeio mesmo.

Agora atentem para o não invasivo:

1) Mamografia - uma maquina acionada por pistoes de ar, provavelmente, nada sutilmente esmaga as mamas do ser humano até que elas possam ser radiografadas... ficam da espessura de um papel sulfite. Nada invasivo. A gente se sente bem... chega a ser sensual até a posição de modelo de uma estatua do Michelangelo em vias de desabar.... ou melhor, Michelangelo-Miro depois do porre.

2) Citologia - te pedem para tirar a roupa, sentar na tal da maca ginecologica, e uma figura insere (nada invasivamente) alguma coisa que vai coletar material para analise, e se houver suspeita, ainda te corta um pedacinho para biópsia. Voce la, olhando para cima e contando as lâmpadas do ambiente e a figura - "e então, com o que você trabalha"?
Sério - dá para não conversar comigo? Eu juro que não acho nada normal alguém com aparelhos dentro de mim me perguntando sobre a vida...

3) Ultrassons - terceira etapa de um dia lindo, colorido... totalmente despida e emporcalhada de gel, uma terceira figura senta ao seu lado, pega um instrumento que não tem nem comprimento nem largura que possa passar perto de algo simpático, e introduz (novamente, nada invasivo) dentro do seu utero para te olhar de dentro para fora. Depois limpa o negocinho, e comeca a pressionar o seu pescoco. Logo em seguida, resolve ir e voltar, COM FORÇA, em todas as direcoes sobre os seus seios.
Detalhes - nunca é sutil, nunca é um cara lindo, nunca é sensual. Sempre parece uma atividade de estagiária do hospital russo antes de 1990.

Ao final, sorri para voce e diz - tá tudo bem, pode ir.
Como, minha cara? Como ir para algum lugar emporcalhada de gel, pensando que esse "ta tudo bem" mascara todas as doenças do universo e me sentindo um pedaço de carne dispensada no açougue?

Passado o impacto, em conversas com amigas solidárias, conclui-se que os exames foram desenvolvidos por homens.

Deixa eu acabar o meu doutorado e eu juro que vou verificar se dá para colaborar na invenção de alguma coisa que esmague as duas coisinhas que eles tem penduradinhas lá embaixo.

1 comment:

  1. Hum.... eu não gosto de gineco mulher... Acho que podem ser ainda mais brutas. Se trata de uma brutalidade da medicina que ensina os seus alunos e colegas a ganharem dinheiro e não a tratar um ser humano. Odeio médicos... Já contei no meu blog como foi com a médica do primeiro mundo, veja la em http://polianacardozo.blogspot.com no post kranke!

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